Trump cede (un poco) ante condenas por trato a niños migrantes/ Trump cede (um pouco) para evitar críticas por tratamento a crianças imigrantes
Gerardo Villagrán del Corral-CLAE
La decisión del presidente estadounidense, Donald Trump, de firmar un decreto que pone fin a la separación de menores migrantes de sus padres y acompañantes adultos debe verse como un primer éxito de la presión mundial sobre el mandatario, pero tambi´pen una continuidad de su política de tolerancia cero.
Sin embargo, nadie sabe, si los más de dos mil 300 niños separados en las últimas semanas serán reunificados con sus padres, ni cómo o cuándo: muchos de los niños han sido enviados a albergues en unos 17 estados alrededor del país y algunos de sus padres ya han sido deportados. Funcionarios informaron que los niños separados no serán reunificados de inmediato.
Trump, arrinconado por un creciente furor por todo el país y alrededor del mundo y abandonado en los últimas días hasta por su propio partido, aliados religiosos y hasta medios de comunicación leales, hizo lo que hace solo días insistió en que no podía hacer: firmó una orden ejecutiva para suspender de inmediato la separaciones de menores de edad de sus padres migrantes.
Este escándalo sirvió, paralelamente, para invisibilizar otro hecho grave y ominoso: la salida de EEUU del Consejo de Derechos Humanos de la Organización de las Naciones Unidas, instancia a la que la embajadora estadounidense Nikki Haley, llamó hipócrita, egoísta y una cloaca de prejuicios políticos, a los defensores de los derechos humanos.
Con el pretexto de una tolerancia cero al ingreso de extranjeros indocumentados a su país había ordenado tales separaciones como una forma de disuadir a quienes tratan de adentrarse en EEUU en busca de trabajo, de sobrevivencia o de mejores horizontes de vida, señaló el editorial del diario mexicano La Jornada..
Desde abril pasado Washington comenzó a aplicar esa práctica inhumana, cruel y contraria a los derechos humanos por gobiernos, organismos internacionales y organizaciones sociales de múltiples países, así como por sectores estadounidenses. Trump buscaba presionar a la oposición demócrata en el Capitolio para forzarla a liberar recursos para la construcción del muro que quiere edificar en la frontera común con México y a aceptar una legislación migratoria aún más despiadada, añadió.
Como medida adicional de chantaje, Trump dejó en la total desprotección legal a los llamados dreamers, indocumentados que llegaron de bebés o niños a territorio de Estados Unidos, que han hecho ya su vida en ese país y que, sin embargo, carecen de autorización para permanecer en él.
En términos políticos representa una circunstancia inédita en la carrera política del Trump, pues se vio forzado a recular sin ambigüedad en una determinación asumida. Y ello, sumado al fin del sufrimiento familiar de miles de personas, constituye un éxito para todas las personas de buena voluntad, estadounidenses o no, que ven en él a un enemigo acérrimo de la legalidad, la ética, la convivencia pacífica, los valores democráticos y las libertades, añadió el editorial.
Acompañado por el vicepresidente Mike Pence y la secretaria de Seguridad Interna Kirstjen Nielsen, Trump aseguró: “vamos a mantener una frontera muy poderosa y continuar con una tolerancia cero -tenemos cero tolerancia para gente que ingresa ilegalmente a nuestro país”.
La orden ejecutiva firmada por Trump, que modifica la práctica de separación de familias indocumentadas por una detención en conjunto, no es suficiente para atender la crisis que sufren miles de niños y adultos migrantes, denunciaron organizaciones civiles mexicanas.
“Exigimos que el gobierno de EEUU respete los derechos humanos que han estado violentados desde hace ya diferentes periodos gubernamentales; que paren las detenciones arbitrarias e ilegales; que se deje de perseguir no sólo a los mexicanos, sino a los migrantes centroamericanos e incluso de medio oriente”, reclamó Rodrigo Guillot, vocero de la Red Estudiantil por la Democracia.
En su opinión, las autoridades mexicanas “están subordinando la política exterior e incluso interior de México a favor de los intereses estadunidenses.
María García, portavoz de la Coalición Binacional vs Trump, declaró: “esto es sólo la punta del iceberg, ya que los últimos acontecimientos salió a la luz pública”, sin embargo la práctica de separación de padres e hijos migrantes sin documentos es un problema que data de muchos años atrás y recordó que hay 12 mil migrantes que están detenidos en 17 albergues.
La orden ejecutiva de Trump no suaviza la criminalización de los indocumentados ni implica posibilidad alguna de que los menores y adultos detenidos en los campos de internamiento puedan permanecer en el país. Solo pone fin a las separaciones familiares, cuyas escenas gestaron un amplio consenso en contra de Trump en la propia clase política estadunidense, incluidos muchos de sus correligionarios republicanos.
**Antropólogo y economista mexicano, asociado al Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE, www.estrategia.la)
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Trump cede (um pouco) para evitar críticas por tratamento a crianças imigrantes
Por Gerardo Villagrán del Corral
A decisão do presidente estadunidense Donald Trump de assinar um decreto para desfazer o protocolo que impunha a separação de menores imigrantes dos seus pais e acompanhantes adultos deve ser visto como uma primeira vitória da pressão mundial sobre o mandatário, embora também signifique uma continuidade da sua política de “tolerância zero” em tema migratório.
Entretanto, ninguém sabe se todas as mais de 2,3 crianças separadas nas últimas semanas serão reunificadas com seus pais, nem como, nem quando. Muitas das crianças foram enviadas a albergues em 17 estados diferentes ao redor do país e alguns dos pais já foram deportados. Funcionários informaram que os menores separados não serão reunificados imediatamente.
Trump, encurralado pelo furor que foi crescendo em todo o país e no mundo, e abandonado até pelo seu próprio partido, aliados religiosos e meios de comunicação leais que se negaram a apoiá-lo nesta questão, fez o que há poucos dias atrás disse que não seria possível: assinou uma ordem executiva para suspender imediato a tarefa de separação de menores de idade dos seus padres migrantes como parte do protocolo.
Este escândalo serviu, paralelamente, para invisibilizar outro fato grave: a saída dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, instância à qual a embaixadora estadunidense Nikki Haley, chamou de hipócrita, egoísta e uma cloaca de preconceitos políticos – por parte dos defensores dos direitos humanos.
Com o pretexto de uma “tolerância zero” para com a entrada estrangeiros indocumentados no país, Trump ordenou tais separações como forma de dissuadir aqueles que tentam entrar nos Estados Unidos em busca de trabalho, de sobrevivência ou de melhores horizontes de vida.
Desde abril deste ano, Washington começou a aplicar essa prática desumana, cruel e contrária aos direitos humanos por governos, questionada por organismos internacionais e organizações sociais de muitos países, e também por muitos setores estadunidenses. Trump buscava, com essa medida, pressionar a oposição democrata no Capitólio para forçá-la a liberar recursos para a construção do muro que pretende edificar na fronteira comum com o México, e a aceitar uma legislação migratória ainda mais cruel.
Como medida adicional de chantagem, Trump deixou os chamados dreamers (indocumentados que chegaram ao país como menores de idade) em total falta de proteção legal. Os dreamers são jovens e crianças que fizeram sua vida nos Estados Unidos, mas carecem de autorização para permanecer nesse território.
Em termos políticos, esta crise representa uma circunstância inédita na carreira política de Trump, pois se viu forçado a recuar de uma determinação já assumida, em uma de suas políticas mais emblemáticas. E isso, junto com o fim do sofrimento familiar de m milhares de pessoas, é uma vitória para todas as pessoas de boa vontade, estadunidenses ou não, que enxergam nele um grande inimigo da legalidade, da ética, da convivência pacífica, dos valores democráticos e das liberdades.
Acompanhado pelo vice-presidente Mike Pence e pela secretaria de Segurança Interna Kirstjen Nielsen, Trump assegurou que “vamos a manter uma fronteira muito poderosa e continuar com o princípio de tolerância zero – não haverá tolerância para aqueles que entram ilegalmente em nosso país”.
A ordem executiva assinada por Trump modifica a prática de separação das famílias indocumentadas por uma detenção em conjunto, o que não é suficiente para atender a crise sofrida por milhares de crianças e adultos migrantes, segundo o denunciado por organizações civis mexicanas.
“Exigimos que o governo dos Estados Unidos respeite os direitos humanos que vem violando desde os últimos e diferentes períodos governamentais, que parem com as detenções arbitrárias e ilegais; que deixem de perseguir os mexicanos, e também os centro-americanos, e também aqueles que vêm do Oriente Médio”, reclamou Rodrigo Guillot, porta-voz da Rede Estudantil pela Democracia.
Na sua opinião, as autoridades mexicanas “estão subordinando a política exterior, e inclusive a política interior do México aos interesses estadunidenses”.
María García, representante da Coalizão Binacional contra Trump, declarou que “esta situação (a política de separação dos menores dos pais) é somente a ponta do iceberg, já que os últimos acontecimentos só foram condenados pela opinião pública quando as imagens foram reveladas”. Contudo, ela lembra que a prática de separação das crianças indocumentadas é um problema que já existe há muitos anos, que ocorreu também durante o governo de Barack Obama (2009-2017) e que há pelo menos 12 mil migrantes detidos em 17 diferentes albergues.
A ordem executiva de Trump não suaviza a criminalização dos indocumentados, e tampouco assegura que os menores e adultos detidos nos “campos de internação” – para usar um termo que não suscite maiores comparações – poderão permanecer no país. Só serve para dar um fim a uma crise imediata, devido às cenas que mostravam o drama das famílias desfeitas e como isso gerou rapidamente um consenso nacional e mundial contra Trump, e também dentro do próprio mundo político estadunidense, incluindo muitos dos seus correligionários republicanos.
Gerardo Villagrán del Corral é antropólogo e economista mexicano, associado ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE)