EEUU teme que se investiguen sus crímenes de guerra en Afganistán/ EUA temem investigação sobre crimes de guerra no Afeganistão

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Ricardo Carnevali

En otro acto de prepotencia imperial, Estados Unidos amenazó este lunes con arrestar y procesar a jueces y a otros funcionarios de la Corte Penal Internacional (CPI) si el tribunal emprende acciones por crímenes de guerra contra estadounidenses que invadieron y masacraron civiles  en Afganistán.

John Bolton, asesor de Seguridad Nacional estadounidense afirmó que esa instancia «está muerta para nosotros» y la calificó de ilegítima, y acusó a la corte internacional encargada de juzgar principalmente crímenes de guerra y de lesa humanidad de ser «ineficaz, irresponsable y francamente peligrosa para Estados Unidos, Israel y otros aliados».Resultado de imagen para john bolton

«Vamos a impedir a esos jueces y fiscales la entrada a EEUU. Vamos a aplicar sanciones contra sus bienes en el sistema financiero estadounidense y vamos a entablar querellas contra ellos en nuestro sistema judicial», advirtió.

Desde enero de 2009 la invasión “aliada” ha causado más de 27.000 muertos y casi 50.000 heridos entre la población civil. El reporte anual de 2017 de la Oficina del Alto Comisionado de Derechos Humanos de la ONU, señaló que la mayoría de las 3.448 muertes y 7.015 heridos (para un total de 10.453 víctimas civiles) sólo el año pasado, fueron a causa de ataques suicidas, artefactos explosivos, combates y ataques aéreos.

La guerra contra el “terrorismo” lanzada en 2001 a raíz de los atentados del 11-S en EEUU ha dejado un total de 149.000 muertes directas en Afganistán y Paquistán, según un estudio del Instituto Watson para los Estudios Internacionales de la estadounidense Universidad de Brown, que señala que los muertos por los ataques de drones estadounidenses se sitúan en entre 1.900 y 3.800, la mayoría civilesResultado de imagen para afganistan masacre

«Lo que sí es seguro es que los ataques de drones perturban las vidas de la gente, destruyen infraestructuras y, como resultado, contribuyen al desplazamiento, la malnutrición y la enfermedad», manifestó la directora del proyecto, Neta C. Crawford.

“El costo humano de esta horrible guerra -las muertes, la destrucción y el inmenso sufrimiento- es demasiado alto”, aseguró Tadamichi Yamamoto, el representante especial del Secretario General de la ONU en Afganistán.

Y en un tácito reconocimiento a los crímenes de guerra cometidos por soldados propios y mercenarios a su servicio y de desconocimiento a los tratados internacionales, Bolton señaló ante la organización conservadora Federalist Society, en Washington, que su gobierno hará “ lo mismo con cualquier compañía o Estado que ayude a una investigación de la CPI en contra de los estadounidenses».

Para Estados Unidos cualquier iniciativa sobre las acciones de efectivos de seguridad suyos sería «una investigación completamente infundada e injustificable». Cabe recordar en noviembre de 2017, la fiscal de la CPI, Fatou Bensouda, anunció que pediría a los jueces la autorización para investigar crímenes de guerra cometidos en el conflicto armado afgano, principalmente por el ejército estadounidense, que encabeza, aún hoy, una coalición militar que depuso al régimen talibán en 2001.

Bolton, quien fuera embajador de Washington en la ONU durante el gobierno de George W. Bush, dijo que la principal objeción de la administración Trump es la idea de que la CPI podría tener mayor autoridad que la Constitución de Estados Unidos y su soberanía, un alegato dirigido a insuflar el supuesto “nacionalismo” de los ciudadanos, en vísperas de las elecciones parlamentarias que pueden dejar al gobierno sin mayoría legislativa.Resultado de imagen para afganistan masacre

«En cualquier momento la CPI podría anunciar la apertura de una investigación formal contra esos patriotas estadounidenses», explicó el consejero de Donald Trump, tras un mensaje amenazador a la Corte: “Utilizaremos todos los medios necesarios para proteger a nuestros conciudadanos y los de nuestros aliados, de enjuiciamientos injustos por parte de esta corte ilegítima».

La Corte Penal Internacional se rige por el Estatuto de Roma, tratado ratificado por 123 países. Su fiscal está capacitado para abrir sus propias investigaciones sin permiso de los jueces, siempre y cuando impliquen a un país miembro, en este caso, Afganistán.

Paralelamente, el gobierno de EEUU anunció el mismo día el cierre de la misión de la Organización para la Liberación de Palestina (OLP) en Washington, al acusar a los palestinos de «no haber dado pasos para avanzar en el inicio de negociaciones directas y significativas con Israel».

El gobierno palestino replicó que se trata de una represalia a su decisión de acusar a Tel Aviv de crímenes de guerra, en particular durante la guerra de Gaza en 2014, y los vinculados a la colonización.

*Doctorando en Comunicación Estratégica, Investigador del Observatorio en Comunicación y Democracia, asociado al Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE, www.estrategia.la)

 

VERSIÓN EN PORTUGUÉS

EUA temem investigação sobre crimes de guerra no Afeganistão
Por Ricardo Carnevali

Em outro ato de prepotência imperial, os Estados Unidos ameaçaram prender e processar juízes e outros funcionários da Corte Penal Internacional (CPI) caso esta empreenda ações por crimes de guerra contra militares estadunidenses que invadiram e massacraram civis no Afeganistão.

John Bolton, assessor de Segurança Nacional estadunidense, afirmou que esta instância judiciária “está morta para nós”, qualificando-a como ilegítima e acusando-a de ser “ineficaz, irresponsável e francamente perigosa para os Estados Unidos, Israel e outros aliados”. Cabe aqui destacar que a corte internacional atacada por Bolton é a encarregada de julgar principalmente os crimes de guerra e de lesa humanidade denunciados internacionalmente.

“Vamos a impedir que estes juízes e promotores possam entrar nos Estados Unidos. Vamos aplicar sanções contra seus bens no sistema financeiro estadunidense e vamos iniciar ações contra eles em nosso sistema judicial”, advertiu.

Desde 2009, a invasão “aliada” causou mais de 27 mil mortes e quase 50 mil casos de feridos entre a população civil afegã. O último informe anual do Alto Comissionado de Direitos Humanos das Nações Unidas indica a maioria das 3,4 mil mortes e dos 7 mil feridos – o que dá um total de mais de 10 mil vítimas civis só no ano passado – foram causadas por ataques suicidas, artefatos explosivos, combates e ataques aéreos.

A guerra contra o “terrorismo” lançada em 2001, após os atentados de 11 de setembro em Nova York, deixou um total de 149 mil mortes diretas no Afeganistão e no Paquistão, segundo um relatório do Instituto Watson para os Estudos Internacionais, da Universidade de Brown, que também contabilizou os mortos por ataques de drones estadunidenses, chegando a uma cifra aproximada entre 1,9 mil e 3,8 mil (devido aos casos controversos), a maioria civis

“O certo é que os ataques de drones perturbam as vidas das pessoas, destroem infraestruturas e também trazem efeitos terríveis para os sobreviventes, afetando sua qualidade de vida, causando desnutrição, doenças e fomentando os deslocamentos massivos de pessoas”, manifestou a diretora do projeto, Neta C. Crawford.

“O custo humano desta horrível guerra – as mortes, a destruição e o imenso sofrimento – é alto demais”, assegurou Tadamichi Yamamoto, representante especial do Secretário Geral da ONU no Afeganistão.

Em um tácito reconhecimento dos crimes de guerra cometidos por seus próprios soldados e pelos mercenários a seu serviço – e também desconhecimento dos tratados internacionais – Bolton declarou, em visita à conservadora Sociedade Federalista, com sede em Washington, que seu governo fará “ o mesmo com qualquer companhia ou Estado que ajude a uma investigação da Corte Internacional contra os estadunidenses”.

Para os Estados Unidos, qualquer iniciativa sobre as ações de seus efetivos de segurança será considerada “uma investigação completamente infundada e injustificável”. Cabe recordar que em novembro de 2017, a promotora Fatou Bensouda, da Corte Internacional, anunciou que pediria aos juízes a autorização para investigar crimes de guerra cometidos no conflito armado afegão, principalmente por parte do exército estadunidense, que até hoje é quem encabeça a coalizão militar que, após derrubar o regime do talibã em 2001, mantém certo controle sobre algumas zonas do país.

Bolton, que foi embaixador de Washington na Organização das Nações Unidas (ONU) durante o governo de George W. Bush, disse que a principal objeção da administração de Trump é a ideia de que a Corte Internacional poderia ter maior autoridade que a Constituição dos Estados Unidos e sua soberania, uma alegação dirigida a insuflar o suposto “nacionalismo” dos cidadãos nas vésperas das eleições parlamentares, que podem deixar o governo sem maioria legislativa.

“A Corte poderia anunciar, a qualquer momento, a abertura de uma investigação formal contra esses patriotas estadunidenses”, explicou o conselheiro de Donald Trump, após a primeira mensagem ameaçadora ao tribunal, e completou: “utilizaremos todos os meios necessários para proteger os nossos concidadãos, e os dos nossos aliados, contra juízos injustos por parte desta corte ilegítima”.

A Corte Penal Internacional é regida pelo Estatuto de Roma, tratado ratificado por 123 países. Sua promotora está capacitada para abrir suas próprias investigações mesmo sem a permissão dos juízes, uma vez que os casos envolvam um país-membro – neste caso, o Afeganistão.

Paralelamente, o governo dos Estados Unidos anunciou, no mesmo dia, o fechamento da missão diplomática da Organização para a Liberação da Palestina (OLP) em Washington, ao acusar os palestinos de “não dar passos para avançar em negociações diretas e significativas com Israel”.

O governo palestino replicou, dizendo que se trata de uma represália à decisão de acusar Tel Aviv pelos crimes de guerra cometidos durante os ataques a Gaza, em 2014, e também os vinculados à colonização de territórios palestinos.

Ricardo Carnevali é doutorando em Comunicação Estratégica e investigador do Observatório em Comunicação e Democracia, associado ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE)

*Publicado em estrategia.la | Tradução de Victor Farinelli

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