El apuro de Trump y Peña Nieto por firmar el nuevo TLC sin Canadá/ A pressa de Trump e Peña Nieto em assinar o novo TLC sem o Canadá

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Gerardo Villagrán del Corral-CLAE

 

Los presidentes de México y Estados Unidos, Enrique Peña Nieto y Donald Trump, anunciaron al inicio de semana que alcanzaron un acuerdo para renegociar el Tratado de Libre Comercio de América del Norte (TLCAN) al margen de Canadá, y ambos está apurados para que se firme antes de 90 días.

Ambos gobiernos quieren que el un nuevo TLCAN termine antes de agosto para poder cumplir los plazos legales que permitan, por un lado, que Peña Nieto lo firme antes de que Andrés López Obrador asuma el 1 de diciembre y, por otro, que lo rubrique Trump antes de que los demócratas puedan ganar más peso en el Congreso en las elecciones legislativas de medio término de noviembre. Peña resaltó que un representante del López Obrador participó en las negociaciones como observador

Trump no descartó que Canadá quede fuera de lo negociado, y amenazó con aplicar aranceles a los automóviles fabricados en Canadá si no se alcanzaba un acuerdo entre las tres partes.»Creo que con Canadá, francamente, lo más fácil que podemos hacer es aplicar un arancel a la entrada de sus automóviles. Es una cantidad tremenda de dinero y es una negociación muy simple. Podría terminar en un día y recibimos mucho dinero al día siguiente», amenazó.

El representante republicano Kevin Brady, presidente de la Comisión de Recursos y Arbitrios de la Cámara de Representantes estadounidense y aliado crucial de Trump, expresó cautela sobre el aparente adelanto del lunes y señaló que prevé «analizar cuidadosamente los detalles y hacer consultas en las próximas semanas para determinar si la nueva propuesta cumple con las prioridades comerciales establecidas por el Congreso

Con la renegociación, Trump cedió respecto de su demanda de implementar una «cláusula de caducidad» que pondría fin al pacto a menos que se renegocie cada cinco años y que las empresas dijeron que obstaculizaría la inversión a largo plazo en la región. Canadá y México se oponían estrictamente a la cláusula. En cambio, Estados Unidos y México acordaron una vida útil de 16 años para el TLCAN, con una revisión cada seis años que puede extender el pacto durante 16 años más, lo que proporcionaría más seguridad empresarial.

México ha conseguido también salvaguardas en materia de soberanía energética y un alza vinculatoria de los salarios para trabajadores mexicanos en la industria automotriz, pero también se comprometió a importar un número mayor de productos agrícolas estadounidenses, con lo que será difícil la recuperación de algunos sectores del agro mexicano.

Al margen del optimismo oficial, los analistas mexicanos ven el nuevo convenio con cautela, pues no existe certeza alguna de que Canadá apruebe los términos del documento, lo que lo podría dejar al margen del bloque comercial y, en la práctica, significaría su extinción y su remplazo por un instrumento comercial estrictamente bilateral y de obvia asimetría.

Lo cierto es que Canadá pocas veces hizo causa común con México ante Washington en las negociaciones, pero para el gobierno de Trump resulta más ventajoso, negociar de manera

Las reuniones bilaterales, según la versión oficial, tenían el objetivo de cerrar temas que solo afectan a Estados Unidos y México antes de regresar a una mesa trilateral, algo que no ocurre desde mayo, ante las  diferencias sobre las reglas de origen para el sector automotriz.

Washington presionó para que el contenido regional del producto final fuera mucho mayor al 62,5% actual y que la mayor parte de ese fuera fabricado por EEUU. La Oficina del Representante Comercial (USTR) estadounidense anuncia que el nuevo convenio establece que el 75 por ciento sea fabricado en EEUU y México.

El acuerdo también exigiría que entre 40 y 45 por ciento del contenido de un automóvil sea hecho por trabajadores que ganen al menos 16 dólares por hora (lo que obviamente no sucede en México). Asimismo, requiere un mayor uso de acero, aluminio, vidrio y plásticos de Estados Unidos.

Para Trump el objetivo principal de la renegociación del tratado era reducir el déficit comercial con México –que fue de 70.952 millones de dólares en 2017– y una mayor producción de manufacturas, recortando las que entran a la zona desde China.

Los próximos días irán indicando si Canadá acepta las condiciones de Trump y si los respectivos cuerpos legislativos de EEUU y México dan luz verde a este nuevo  tratado a gusto de Trump.

 

*Antropólogo y economista mexicano, asociado al Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE, www.estrategia.la)

 

VERSIÓN EN PORTUGUÉS

A pressa de Trump e Peña Nieto em assinar o novo TLC sem o Canadá

Por Gerardo Villagrán del Corral

Os presidentes do México e dos Estados Unidos, Enrique Peña Nieto e Donald Trump, anunciaram no início desta semana que foi alcançado um acordo para renovar o Tratado de Livre Comércio de América do Norte (TLCAN), sem a anuência do Canadá. Ambos os países afirmaram que pretendem acelerar o trâmite, para que as assinaturas sejam oficializadas em menos de 90 dias.

A intenção é fazer com que o novo TLCAN entre em vigor ainda em agosto, para cumprir com os prazos legais que permitam, por um lado, que Peña Nieto seja quem o assine, antes de que o faça o presidente eleito Andrés Manuel López Obrador (AMLO), que assumirá o poder no dia 1º de dezembro, e por outro, que Trump também ratifique o novo acordo antes das eleições legislativas de novembro nos Estados Unidos, onde se espera que os democratas ganhem mais peso no Congresso. O mandatário mexicano inclusive ressaltou a participação de um representante da equipe de López Obrador durante as negociações, na qualidade de observador

Trump não descartou que o Canadá fique de fora das rodadas finais da negociação, e ameaçou aplicar novas taxas aos automóveis fabricados no vizinho do norte, caso não se chegue a um acordo entre as três partes. “Creio francamente que o melhor que podemos fazer (com respeito ao Canadá) é estipular uma taxa sobre a entrada de seus carros ao país. É uma quantidade enorme de dinheiro e uma negociação muito simples. Poderia terminar em um dia, e receberemos muito no dia seguinte”, explicou.

O parlamentar republicano Kevin Brady, presidente da Comissão de Recursos e Arbitragens da Câmara de Representantes estadunidense, é um aliado crucial de Trump para impulsar essa postura, mas expressou sua cautela sobre a aparente pressa em se oficializar o novo TLC, dizendo que é preciso “analisar cuidadosamente os detalhes, fazer consultas nas próximas semanas, para determinar se a nova proposta se adequa às prioridades comerciais estabelecidas pelo Congresso”.

Durante a renegociação, Trump cedeu com respeito à sua demanda de implementar uma “cláusula de vencimento” que colocaria fim ao pacto no caso de ele não ser renegociado a cada cinco anos, o que foi criticado pelas empresas – disseram que obstaculizaria os investimentos a longo prazo na região. Canadá e México se opunham fortemente a essa ideia. Contudo, a proposta de estabelecer uma vida útil de 16 anos, incluindo uma revisão a cada seis anos, foi aceita tanto pelos Estados Unidos quanto pelo México, e vista como uma forma de proporcionar mais segurança empresarial.

O México também conseguiu garantias em matéria de soberania energética e uma alça vinculatória dos salários para os trabalhadores mexicanos na indústria automotora, e por sua parte, também se comprometeu a importar um número maior de produtos agrícolas estadunidenses, o que pode tornar mais difícil a recuperação de alguns setores do agronegócio mexicano.

Apesar do otimismo governista, os analistas mexicanos têm preferido a cautela na hora de comentar o novo acordo, pois não existe certeza alguma de que o Canadá aprovará os termos do documento, e isso poderia deixá-lo a margem do bloco comercial – o que, na prática, significaria a extinção do mesmo, fazendo com que o tratado seja apenas um instrumento comercial estritamente bilateral e de óbvia assimetria.

A verdade é que o Canadá poucas vezes se aliou ao México para enfrentar os interesses de Washington nas negociações, e para o governo de Trump é muito mais vantajoso negociar de forma separada com os dois países.

As reuniões bilaterais, segundo a versão oficial estadunidense, tinham “o objetivo de abordar temas que só afetam os Estados Unidos e o México, antes de regressar a uma mesa tripartite”, algo que não ocorre desde maio, devido às divergências sobre as regras de origem para o setor automotor.

Washington pressionou para que o conteúdo regional do produto final fosse muito maior que os 62,5% atuais, e que a maior parte desse fosse fabricado pelos Estados Unidos. O escritório do representante comercial estadunidense (USTR, por sua sigla em inglês) anunciou que o novo convenio estabelece que 75% seja fabricado nos Estados Unidos e no México.

O acordo a ser assinado também incluiria uma exigência de que entre 40% e 45% do conteúdo de um automóvel seja produzido por trabalhadores que ganhem ao menos 16 dólares por hora – o que, obviamente, não acontece no México. Ademais, também coloca como requisito um maior uso de aço, alumínio, vidro e plásticos dos Estados Unidos.

Para Trump, o objetivo principal da renegociação do tratado era reduzir o déficit comercial com o México – que foi de 70,9 bilhões de dólares em 2017 – e uma maior produção de manufaturas, o que também leva a uma diminuição da quantidade de produtos chineses que entram na região.

Os próximos dias devem indicar se o Canadá aceita as condições de Trump e se os respectivos corpos legislativos dos Estados Unidos e do México darão luz verde a este novo tratado, feito sob medida pelo presidente magnata.

Gerardo Villagrán del Corral é antropólogo e economista mexicano, associado ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE)

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