Sorpresa: Chile no tiene obligación legal de negociar un acceso soberano al mar para Bolivia/ CIJ decide que Chile não tem obrigação de negociar acesso ao mar para Bolívia

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Cecilia Vergara Mattei

La Corte Internacional de Justicia de La Haya informó la mañana de este lunes que “la República de Chile no contrajo la obligación legal de negociar un acceso soberano al Oceáno Pacífico para el Estado Plurinacional de Bolivia” e instó a ambos países a negociar de buena fe la aspiración histórica de la nación andino-amazónica de una salida al mar.

La Corte manifiesta que no se haga entender que su fallo impida a las partes la continuación de sus diálogos e intercambios en un espíritu de buena vecindad para atender las cuestiones relacionadas con la mediterraneidad de Bolivia cuya solución ambas han reconocido constituir una cuestión de interés mutuo’, manifestó la CIJ.

El presidente de Bolivia, Evo Morales, afirmó que su país no renunciará a una salida soberana al mar, “nunca va a renunciar a salir de su enclaustramiento”, dijo Morales a la salida de la CIJ acompañado de su equipo de gobierno. El mandatario boliviano destacó que el fallo de la Corte invoca al diálogo. “La decisión contempla que si bien no hay obligación de negociar, hay una invocación de seguir con el diálogo”, dijo.

Morales citó el párrafo 176 de este informe, que dice: “los hallazgos de la Corte no deben ser entendidos como si se impidiera el diálogo e intercambios en un escrito de buena vecindad”. Añadió que en el informe final se demuestra que ambas partes han reconocido el tema como un asunto de interés mutuo. “Es importante que las autoridades de la región tengamos la capacidad de resolver temas pendientes y este es un tema pendiente, así lo reconoce la Corte”, dijo.

‘Con la buena voluntad por parte de ambas partes se pueden llevar a cabo unas negociaciones trascendentes’, sentenció la Corte. La decisión se logró con doce votos a favor y tres en contra, votos que corresponden a los jueces Patrick Lipton Robinson, Nawaf Salam y Yves Daudet.

Tras el fallo, el presidente chileno Sebastián Piñera destacó que: “es un gran día para Chile, pero también para el derecho internacional, para el respeto a los tratados internacionales y la sana convivencia entre los países. La Corte ha puesto las cosas en su lugar”. Agregó que “Chile nunca ha tenido la obligación de negociar. Chile es un país que tiene un afán de dialogar y colaborar con todos los países del mundo, pero siempre en el contexto del derecho internacional”, dijo.

Los conflictos por los límites marítimos entre Bolivia y Chile comenzaron en 1828, cuando la Constitución chilena estableció que su territorio llegaba hasta el despoblado sector de Atacama, disposición que terminó con la invasión del lugar en 1879. En este episodio, Bolivia perdió 400 kilómetros lineales de costa y 120.000 kilómetros cuadrados de territorio.

La demanda presentada en abril de 2013, reclamaba una salida soberana al océano Pacífico que Bolivia perdió por la fuerza de las armas hace 136 años cuando fue invadido su puerto de Antofagasta. En septiembre de 2015, el Tribunal de La Haya rechazó la petición chilena para declararse incompetente y se mantuvo analizando las posiciones de las partes involucradas.

El fallo se produce tras un proceso de alrededor de 5 años que comenzó el 2013. Dicha solicitud planteaba al tribunal una supuesta obligación de Chile a negociar con Bolivia para lograr un acuerdo que le brinde un acceso soberano al Océano Pacífico, tema que fue limitado y restringido por el mismo tribunal tras la objeción preliminar presentada por nuestro país.

Antes de plantear el dictamen, Abdulqawi Ahmed Yusuf, comentó por más de una hora los distintos argumentos planteados por el equipo boliviano para demostrar la presunta obligación mencionada para Chile. “En el Derecho Internacional la existencia de una obligación de negociar debe quedar establecida de la misma manera en que se establece cualquier otra obligación jurídica”, planteó el juez, quien más tarde añadió que “una obligación a negociar no implica una obligación de llegar a acuerdo”.

Abdulqawi Ahmed Yusuf planteó que Bolivia “invoca ocho fundamentos jurídicos en apoyo a la obligación de Chile de negociar su acceso soberano al Océano Pacífico”, entre los que se cuentan los acuerdos bilaterales, declaraciones y actos unilaterales, y el alcance jurídico de instrumentos de actos y de elementos de conducta, entre otros.

Luego de revisar uno a uno estos elementos, el abogado determinó que “la República de Chile no contrajo la obligación legal de negociar un acceso soberano al Oceáno Pacífico para el Estado Plurinacional de Bolivia”.

* Periodista chilena, asociada al Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE, www.estrategia.la)

 

VERSIÓN EN PORTUGUÉS

CIJ decide que Chile não tem obrigação de negociar acesso ao mar para Bolívia
Por Cecilia Vergara Mattei

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A Corte Internacional de Justiça de Haia (CIJ) informou, na manhã desta segunda-feira (1/10), que “a República do Chile não contraiu a obrigação legal de negociar um acesso soberano ao Oceano Pacífico para o Estado Plurinacional da Bolívia”, e instou ambos os países a negociarem de boa fé a aspiração histórica da nação andino-amazônica por uma saída ao mar.

A Corte manifestou que sua decisão não deve ser entendida como um impedimento a que as partes continuem um diálogo para “buscar um intercâmbio dentro de um espírito de boa vizinhança, para atender as questões relacionadas com a mediterraneidade da Bolívia, cuja solução os dois países reconheceram ser uma questão de interesse mútuo”, segundo o texto da sentença.

Ao sair do edifício da Corte, acompanhado de sua equipe de governo, o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que seu país não renunciará a uma saída soberana ao mar, e que “nunca desistirá do objetivo de superar o seu enclausuramento. O mandatário do altiplano também destacou que a decisão invoca ao diálogo. “Embora não exista a obrigação de negociar, a sentença contempla um chamado a dialogar”, disse.

Morales citou o parágrafo 176 do documento final da CIJ sobre a causa, que diz: “as considerações da Corte não devem ser entendidas como um empecilho ao diálogo e ao intercâmbio entre os países, dentro de um marco de boa vizinhança”. Acrescentou que o informe demonstra que ambas as partes reconhecem o tema como um assunto de interesse mútuo. “É importante que nós, como autoridades da região, tenhamos a capacidade de resolver os temas pendentes, e este é um tema pendente, como reconheceu a Corte”, comentou o mandatário.

“Com a boa vontade por parte de ambos os países, será possível chegar a negociações transcendentes”, sentenciou a Corte. O parecer foi aprovado com doze votos a favor e três contrários – que correspondem aos juízes Patrick Lipton Robinson, Nawaf Salam e Yves Daudet.

Após a decisão, o presidente chileno Sebastián Piñera destacou que: “é um grande dia para o Chile, mas também para o direito internacional, para o respeito pelos tratados internacionais e a saudável convivência entre os países. A CIJ colocou as coisas no seu devido lugar”. O mandatário também afirmou que “o Chile nunca teve a obrigação de negociar. Somos um país que tem o afã de dialogar e colaborar com todos os países do mundo, mas sempre no contexto do direito internacional”.

Os conflitos pelos limites marítimos entre Bolívia e Chile começaram em 1828, quando a Constituição chilena estabeleceu que seu território chegava até a região de Atacama, disposição que terminou com a invasão do lugar, em 1879. Neste episódio, a Bolívia perdeu 400 quilômetros de margem costeira e 120 mil quilômetros quadrados de território.

A demanda apresentada em abril de 2013 reclamava por uma saída soberana ao Oceano Pacífico, que a Bolívia perdeu naquela guerra há 136 anos, quando foi invadido o seu porto de Antofagasta. Em setembro de 2015, o Tribunal de Haia rejeitou a petição chilena para se declarar incompetente, e se manteve analisando as posições das partes envolvidas.

A sentença se produz após um processo de cerca de 5 anos, que começou em 2013. Tal solicitação apresentava ao tribunal uma suposta obrigação do Chile a negociar com a Bolívia para alcançar um acordo que lhe dê um acesso soberano ao Oceano Pacífico, tema que foi limitado e restringido pelo mesmo tribunal após a objeção preliminar apresentada pelos chilenos.

Antes de divulgar o resultado final, o magistrado somali Abdulqawi Ahmed Yusuf, presidente da Corte, expôs por mais de uma hora os distintos argumentos planteados pela equipe boliviana para demostrar a suposta obrigação do Chile. “No direito internacional, a existência de uma obrigação de negociar deve estar estabelecida da mesma forma em que se estabelece qualquer outra obrigação jurídica”, planteou o juiz, que depois acrescentou que “uma obrigação de negociar não implica uma obrigação de chegar a um acordo”.

Ahmed Yusuf considerou que a Bolívia “invoca oito fundamentos jurídicos em apoio à obrigação do Chile de negociar o seu acesso soberano ao Oceano Pacífico”, entre os que se observam os acordos bilaterais, declarações e atos unilaterais, e o alcance jurídico desses instrumentos, atos e elementos de conduta, entre outros.

Após revisar estes elementos um a um, os magistrados revelaram a determinação de que “a República do Chile não contraiu a obrigação legal de negociar um acesso soberano ao Oceano Pacífico para o Estado Plurinacional da Bolívia”.

Cecilia Vergara Mattei é jornalista chilena, associada ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE)

*Publicado em estrategia.la | Tradução de Victor Farinelli

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