Paquetazo neoliberal pactado entre Cartes y Abdo Benítez/ O pacotão neoliberal pactuado entre Cartes e Abdo Benítez

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Celso Guanipa Castro-CLAE

Las medidas de despedida que está adoptando el gobierno de Cartes dejan un sombrío horizonte para las clases populares en Paraguay y despejan el camino de Mario Abdo Benítez, que podrá ahorrarse al menos un par medidas impopulares en sus primeros días de gobierno, de acuerdo a lo pactado por ambos dirigentes del Partido Colorado.

La administración de Cartes no pretende dar marcha atrás en su polémico proyecto de crear una Superintendencia de Jubilaciones, puerta de entrada a una reforma previsional con consecuencias nefastas para los trabajadores, lo que facilitará a Benigno López, actual titular del Instituto de Previsión Social y futuro jefe del equipo económico de su hermano Abdo Benítez, para obtener fondos ante la inviabilidad de continuar con el endeudamiento externo, hoy de seis mil millones de dólares (22% del PIB).Resultado de imagen para paraguay paquetazo

El dinero será entregado a entes financieros, se usará para comprar bonos que a su vez serán destinados a pagar deudas con la banca internacional, se licitarán obras para beneficiar al sector agroexportador y a las constructoras ligadas al poder; concretando el despojo de los fondos jubilatorios a favor de los sectores concentrados de la economía, señala Santiago Ortiz, directivo del Sindicato de Periodistas.

Además, se debe sumar la liberación total del precio de combustible, que llevará a un remarcaje en el precio del pasaje y a la suba generalizada de precios, con la consecuente pérdida del poder adquisitivo del salario de la clase trabajadora, a lo que se debe añadir el reajuste del salario mínimo en solo 80.000 guaraníes (menos de 15 dólares).

Una papa caliente: Tierras y derechos indígenas

Resultado de imagen para paraguay reclamos indigenasMario Abdo Benìtez, que asumirá en agosto, será el quinto presidente paraguayo al que las comunidades indígenas exigen el cumplimiento de las sentencias de la Corte Interamericana de Derechos Humanos (Corte IDH) para recuperar sus tierras tradicionales y sus derechos.

En 2005, 2006 y 2010 la Corte condenó al Estado paraguayo por haber violado los derechos a la propiedad tradicional, a la identidad cultural y la vida digna de las comunidades Yakye Axa, Sawhoyamaxa y Xákmok Kásek del Chaco paraguayo. Y lo e responsabilizó de la muerte de 32 personas de estas comunidades, en su mayoría niñas y niños, por las condiciones de vulneración de derechos, recordó la Ong Tierraviva.

“Desde entonces los sucesivos gobiernos paraguayos dilatan la ejecución integral de las medidas de reparación emergentes, como la restitución de tierras; programas de desarrollo comunitario; estrategias específicas en educación, salud, comunicación, alimentación, vivienda y registro civil; difusión de los fallos”, agregó.Resultado de imagen para paraguay reclamos indigenas caraguatay

“Este nuevo gobierno asume la responsabilidad y esperamos que haga un giro en el patrón violatorio que viene teniendo el Estado. Eso lo puede hacer dando cumplimiento a estas sentencias”, dijo José Paniagua, coordinador de Tierraviva. De un total de 36 medidas de reparación emanadas de las tres sentencias, el Estado paraguayo solamente cumplió integralmente seis.

“Estas sentencias no pueden demorar más. Los pueblos, las comunidades indígenas viven en condiciones muy complejas, para su salud, su vida, su educación. Es necesario y urgente tomar medidas. Se han fijado compromisos, plazos, y yo como juez encargado de vigilar el cumplimiento de estas sentencias estaré muy pendiente de que se cumplan”, dijo el juez de la Corte IDH Patricio Pazmiño, que visitó Paraguay en noviembre último

A fines del siglo XIX el Estado paraguayo vendió gran parte del Chaco a propietarios sin tener en cuenta a las comunidades indígenas que vivían en esos territorios .Un siglo después Yakye Axa, Sawhoyamaxa (pueblo enxet) y Xákmok Kásek (pueblo sanapaná) decidieron iniciar estrategias jurídicas y políticas para recuperar sus territorios tradicionales y sus derechos. Pero nadie confía que se haga justicia con Abdo Benítez.

 *Periodista y politólogo paraguayo, asociado al Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE, www.estrategia.la)


EN PORTUGUÉS

O pacotão neoliberal pactuado entre Cartes e Abdo Benítez

Por Celso Guanipa Castro

As medidas de despedida que estão sendo adotadas pelo governo de Horacio Cartes deixam um sombrio horizonte para as classes populares no Paraguai e despejam o caminho de Mario Abdo Benítez, que poderá economizar o ônus de ser ele o responsável por algumas medidas impopulares, que já estarão instaladas antes dos seus primeiros dias de governo, de acordo com o pactuado por ambos os dirigentes do Partido Colorado.

A administração de Cartes não pretende voltar atrás em seu polêmico projeto de criar uma Superintendência de Aposentadorias, porta de entrada a uma reforma previdenciária com consequências nefastas para os trabalhadores, o que facilitará a Benigno López, atual presidente do Instituto de Previsão Social e futuro chefe da equipe económica de seu irmão Abdo Benítez, para obter fundos devido à inviabilidade de continuar com o endividamento externo – que hoje chega aos seis bilhões de dólares, ou 22% do PIB do país.

“O dinheiro será entregue a entes financeiros e se usará para comprar bonos que, por sua vez serão destinados a pagar dívidas com a banca internacional, se licitarão obras para beneficiar o setor agroexportador e as construtoras ligadas ao poder, concretizando a transferência dos fundos das aposentadorias a favor dos setores concentrados da economia”, conta Santiago Ortiz, diretor do Sindicato dos Jornalistas do Paraguai.

Ademais, deve-se considerar a liberação total do preço de combustível, que levará a um aumento do preço das passagens e uma inflação generalizada, com a consequente perda do poder aquisitivo dos salários da classe trabalhadora, o que deve incluir também um reajuste do salário mínimo em somente 80 mil guaranis (menos de 15 dólares).

Uma batata quente: terras e direitos indígenas

Mario Abdo Benítez, que assumirá em agosto, será o quinto presidente paraguaio ao que as comunidades indígenas exigem o cumprimento das sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) para recuperar suas terras tradicionais e seus direitos.

Em 2005, 2006 e 2010, a Corte condenou o Estado paraguaio por violar os direitos à propriedade tradicional, à identidade cultural e à vida digna das comunidades Yakye Axa, Sawhoyamaxa e Xákmok Kásek do Chaco paraguaio. Também o responsabilizou pela morte de 32 personas destas comunidades, a maioria crianças, pelas condições de vulneração de direitos, segundo recordou a ONG Tierraviva.

“Desde então, os sucessivos governos paraguaios dilatam a execução integral das medidas de reparação emergentes, como a restituição de terras, programas de desenvolvimento comunitário, estratégias específicas em educação, saúde, comunicação, alimentação, moradia e registro civil”, explicou José Paniagua, coordenador da organização.

“Este novo governo assume a responsabilidade, e esperamos que faça diferente do padrão abusador que o Estado vem tendo. Isso pode ser feito simplesmente cumprindo essas sentenças”, disse Paniagua. De um total de 36 medidas de reparação estipuladas pela Corte, o Estado paraguaio cumpriu integralmente seis de forma integral.

“Estas sentenças não podem demorar mais. As comunidades indígenas vivem em condições muito complexas para sua saúde, sua educação, sua vida. É necessário e urgente tomar medidas. Foram estabelecidos compromissos, prazos, e eu, como juiz encarregado de vigiar o cumprimento das sentenças, estarei atento para que se cumpram”, disse o magistrado da Corte IDH, Patricio Pazmiño, que visitou o Paraguai em novembro passado.

No final do Século XIX, o Estado paraguaio vendeu grande parte do Chaco a latifundiários sem ter em conta as comunidades indígenas que viviam nesses territórios. Um século depois Yakye Axa, Sawhoyamaxa (povo enxet) e Xákmok Kásek (povo sanapaná) decidiram iniciar estratégias jurídicas e políticas para recuperar seus territórios tradicionais e seus direitos. Mas ninguém confia em que será feita justiça no governo de Abdo Benítez.

Celso Guanipa Castro é jornalista e cientista político paraguaio, do Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE)

 

 

 

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